416 research outputs found

    A Antropologia Esquecida de Florestan Fernandes: os Tupinambá

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    A carreira intelectual e institucional de Florestan Fernandes, fundador e principal figura do movimento conhecido como a “ escola paulista de sociologia” nos anos sessenta, apresenta um fato curioso: a produção resultante de um período relativamente longo de sua vida ”” seis a sete anos ”” é hoje vista como importante, mas negligenciada pelo público que consome a literatura de ciências sociai

    Artimanhas do acaso

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    Há onze anos atrás, ao fazer uma série de entrevistas com cientistas sociais, observei um fenômeno curioso. Meu objetivo na época era esclarecer aspectos que haviam ficado nebulosos para mim, mesmo depois de haver lido as obras e estudado as carreiras intelectuais destes autores, a quem considerava fundamentais para a compreensão do desenvolvimento das ciências sociais no Brasil. A maioria deles havia nascido na década de 20 e estava, portanto, entre seus cinqüenta e sessenta anos de idade. Entre eles estavam Florestan Fernandes, Antonio Candido, Darcy Ribeiro e, o caçula, Roberto Cardoso de Oliveira. Nestas entrevistas, cujas duração foi de aproximadamente duas horas para cada autor, surpreendi-me ao ouvir com freqüência a expressão "Foi por acaso" ou "tratou-se de um fenômeno ocasional" para explicar a mudança de rumo em determinado momento de suas carreiras. Todos lançaram mão do acaso nas conversas que mantivemos.Há onze anos atrás, ao fazer uma série de entrevistas com cientistas sociais, observei um fenômeno curioso. Meu objetivo na época era esclarecer aspectos que haviam ficado nebulosos para mim, mesmo depois de haver lido as obras e estudado as carreiras intelectuais destes autores, a quem considerava fundamentais para a compreensão do desenvolvimento das ciências sociais no Brasil. A maioria deles havia nascido na década de 20 e estava, portanto, entre seus cinqüenta e sessenta anos de idade. Entre eles estavam Florestan Fernandes, Antonio Candido, Darcy Ribeiro e, o caçula, Roberto Cardoso de Oliveira. Nestas entrevistas, cujas duração foi de aproximadamente duas horas para cada autor, surpreendi-me ao ouvir com freqüência a expressão "Foi por acaso" ou "tratou-se de um fenômeno ocasional" para explicar a mudança de rumo em determinado momento de suas carreiras. Todos lançaram mão do acaso nas conversas que mantivemos

    Uma introdução brasileira à antropologia

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    A maior promessa de Relativizanão, * de Roberto da Matta, é a de que a antropologia social no Brasil está adquirindo uma perspectiva própria. Temos aqui não só uma introdução, mas um depoimento-testemunho do que é ser um antropólogo social e, especialmente, um antropólogo social brasileiro. Esta não é a primeira vez que se escrevem “ Introduções” no cenário das ciências sociais no Brasil, embora, é verdade, tenha havido um hiato de algumas dezenas de anos desde que, nos anos quarenta, uma quantidade considerável de textos introdutórios foram publicados. Estes trabalhos ”” entre eles cs Princípios de Sociologia de Fernando de Azevedo, o Teoria e Pesquisa em Sociologia de Donald Pierson, o Sociologia de Gilberto Freyre, o Dicionário de Etnologia e Sociologia de Herbert Balduz e Emílio Willems 1 â– ”” visavam, antes de tudo, uma sistematização dos conhecimentos sociológicos então atingidos e destinavam-se à formação teórica dos alunos de escolas superiores e de escolas normais

    (a)Os pés do professor Florestan

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    Além da “Descrição densa”

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    São ainda recentes as advertências de que o desaparecimento das sociedades tribais e a independência política dos novos estados nacionais fariam com que a antropologia entrasse em crise. Lévi-Strauss (1962) foi um dos primeiros a chamar a atenção para o fato de que a perda do seu objeto de estudo tradicional seria a marca e a razão de uma crise moderna da antropologia

    O poder da etnografia: (Carnaval carioca, de Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti)

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    O livro de Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti' tem um mérito central: o de demonstrar que a boa antropologia não se faz com rótulos, hipóteses prematuras e classificações impostas, mas, sim, com sólida pesquisa de campo. Informada por clássicos da disciplina ”” Mauss e Simmel, de um lado, Malinowski, de outro ”” e dialogando com o já doy en dos estudos sobre carnaval no Brasil, Roberto DaMatta, Maria Laura descreve a seqüência de eventos que antecede o desfile de 1992 da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel. O resultado é uma monografia que tanto preserva documentalmente as várias etapas vividas por aqueles que fazem o carnaval, quanto deixa emergir, com extrema fluência e naturalidade, a configuração do mundo do carnaval carioca. Esse mérito central ”” o de demonstrar na prática o poder da etnografía ”” está alicerçado em outras características não menos significativas da construção do livro, produzindo (ou rendendo, para usar uma expressão do carnaval) conseqüências específicas de análise

    As árvores Ndembu: uma reanálise

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    Tradicionalmente interessados e freqüentemente seduzidos pelo exótico, até recentemente os etnólogos foram procurar a diferença em um ‘outro’ distante do seu grupo de referência. No início do século a diferença estava longe, geralmente além-mar ”” no estreito de Torres, nas ilhas da Melanésia, nas montanhas da Austrália, entre os Todas indianos. No decorrer do tempo, a diferença tomou-se mais acessível ”” Tallensi, Azande, Swazi, Nuer, Nyakyusa na África; Kwakiutl, Navajo, Zuni, Fox na América do Norte; Borôro, Jê do Brasil Central ””; até que, depois da promessa estruturalista da reversibilidade do conhecimento antropológico, a diferença chegou ao gabinete dos próprios antropólogos, às instituições de apoio à pesquisa, aos trustees norte-americanos, aos imigrantes do ‘mundo pós-modemo’

    O encontro etnográfico e o diálogo teórico

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    Os leitores de etnografías estão acostumados à empatia que todo antropólogo manifesta em relação ao ‘seu’ grupo, ‘sua’ tribo, ‘sua’ comunidade, sejam eles pacíficos pescadores da Melanésia, ou caçadores de cabeça das Filipinas. Como todo antropólogo sabe e reconhece, além de assegurar a autoridade e o direito como intérprete dentro do meio académico, tais afirmações refletem também o resultado da relação existencial freqüentemente profunda je marcante que se desenvolve durante a pesquisa de campo. Aqui está a primeira diferença da recente experiência de Vicente Crapanzano: o antropólogo decide fazer uma pesquisa entre os brancos da África do Sul, cujo resultado é o livro publicado em 1985, Waiting, the Whites of South Afric

    “SEM LENÇO, SEM DOCUMENTO”: REFLEXÕES SOBRE CIDADANIA NO BRASIL

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    Esta é uma nova versão, revisada e atualizada, de “Documentos e Identidade Social, artigoescrito em 1982 e divulgado nos Cadernos de Ciências Sociais, Série Antropologia n. 30,Universidade de Brasília. O trabalho é resultado de uma pesquisa realizada, na sua primeiraetapa, em conjunto com Elisa Pereira Reis e João Batista Araújo e Oliveira na cidade de RioParanaiba, Minas Gerais, e no Ministério da Desburocratização, Brasília. Ver Reis, 1981.Uma pesquisa sobre as cartas endereçadas ao Ministério foi realizada por Inês Zatz namesma época. Ver Zatz, 1983

    Da lógica à etnografia da ciência

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    A carreira intelectual de Roberto Cardoso de Oliveira teve infcio na filosofia, matéria na qual se licenciou, com especial interesse em lógica da ciência. Entre seus professores, foi Gilíes Gaston Granger aquele que maior influência teve na sua formação, estimulando-o a passar um período dedicando-se a uma determinada ciência, para melhor trabalhar a filosofia, especialmente o ramo da filosofia da ciência’. Seguia-se, assim, o exemplo biográfico de Jean Piaget, o lógico- filósofo interessado em epistemologia e que havia feito o seu percurso dentro da psicologia. Piaget, já se reconhecia na época, havia prestado grandes contribuições tanto à psicologia propriamente dita, quanto à filosofia. No caso de Roberto Cardoso de Oliveira, a escolha recaiu nas ciências sociais, opção que tomou no infcio dos anos 50, depois de assistir a cursos que o entusiasmaram com Florestan Fernandes e Roger Bastide, na Universidade de São Paulo
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